
Afinal quem usa os nossos dados pessoais?
Afinal quem usa os nossos dados pessoais?

A vigilância de dados digitais está fora de controlo. Devido à falta de políticas governamentais, que deveriam limitar e proteger as intrusões digitais, as multinacionais assumem o papel. Dissimulação ou visão para o bem maior?
É esperado, com o lançamento do novo sistema operacional – iOS 14, que os utilizadores de iPhone comecem a receber uma mensagem pop-up no momento da abertura de aplicações, pedindo autorização por parte dessa mesma aplicação para registar tudo o que se faz noutras aplicações e websites. Qual é o objetivo destas mensagens pop-up? Foi a forma que a Apple encontrou de proteger a privacidade dos seus utilizadores, dando-lhes a escolher se desejam ou não partilhar os seus dados pessoais.
A Google, juntando-se à Apple, também está a refazer o seu popular navegador Chrome com o semelhante propósito de limitar o rastreamento digital perpétuo. Estas pequenas alterações são na verdade grandes progressos tecnológicos pois, pela primeira vez, o sujeito tem poder de decisão.
Acreditando que, inicialmente, a recolha de dados pessoais por parte das aplicações e websites tinha o intuito de personalizar a publicidade para alcançar a pessoa certa com o anúncio certo, agora assume uma escala drasticamente maior e mais obscura.
Na atualidade, na grande maioria de blogs e sites informativos, não conseguimos ter acesso ao conteúdo a não ser que aceitemos a política de cookies. De momento, os nossos dados pessoais e privados já estão nas mãos de centenas de empresas e não sabemos o que poderão fazer com eles. O caso é de tal forma alarmante que, em várias ocasiões, como por exemplo em eleições, os nossos dados foram e são utilizados para nos influenciar e manipular.
Se por um lado nos sentimos finalmente protegidos, por outro não podemos deixar de pensar na autoridade que estas grandes empresas possuem e como têm um enorme poder de influência. A Apple sempre valorizou a privacidade e como a empresa não possui um negócio de publicidade, não se vê afetada diretamente com a implementação desta política. Já a Google, uma empresa que tem um rendimento brutal com a publicidade hospedada que necessita dos dados dos utilizadores, questionamos quais serão as suas intenções com a limitação do rastreamento.
Para além disso, uma empresa de renome que, anunciou publicamente estar contra a iniciativa da Apple é o Facebook, a rede social que recentemente foi “desmascarada” por ceder os dados pessoais dos seus utilizadores a cerca de 150 gigantes da tecnologia. A maior rede social virtual do mundo é também conhecida por ganhar milhões graças à publicidade nas suas aplicações.
No final de contas, com a implementação destas mensagens pop-up e de medidas que previnam as intrusões digitais, a publicidade online deixará de ser tão eficiente e levará a perdas de elevadas quantias por parte das organizações.
É de louvar a iniciativa por parte destas multinacionais, mas é imperativo nunca deixar de questionar qual será o verdadeiro motivo por detrás das suas ações até porque, no fundo, tudo é estratégia de negócio.
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