Espionagem doméstica aumenta em Portugal e no mundo

Espionagem doméstica aumenta em Portugal e no mundo

A Rússia, a Índia e o Brasil são os países mais afetados, mas o número de vítimas também está a aumentar em Portugal.

Nos primeiros meses do ano, 93 portugueses encontraram programas de espionagem doméstica instalados nos seus telemóveis, tablets ou computadores. Os dados são da empresa Kaspersky Lab, que este mês divulgou um relatório onde é revelado que, em todo o mundo, 37 mil pessoas detetaram este tipo de programas nos seus aparelhos eletrónicos.  É um aumento de 35% face ao mesmo período de 2018. Outras 518 mil pessoas detetaram uma tentativa de instalar estes programas nos seus telemóveis, tablets ou computadores.  A empresa Kaspersky diz que há um mercado global para este tipo de ferramentas que podem custar apenas seis euros.

A empresa de cibersegurança publicou, este mês,  o seu mais recente relatório sobre starkarware – uma expressão inglesa que descreve programas informáticos comerciais utilizados como ferramenta doméstica para espionagem – estes programas de vigilância, “usados para espiar colegas de trabalho, familiares e até parceiros” estão a ter uma grande procura e a existência de um mercado global é comprovada “pela diversidade geográfica das zonas onde estes ataques são mais populares mostra que há um mercado global para estas ferramentas”, referem os analistas da Kaspersky Lab no relatório e acrescentam que, “Os dez países com o maior número de utilizadores afetados não têm semelhanças geopolíticas nem estão próximos uns dos outros”.

A Rússia (com 25,6% de utilizadores com aparelhos tecnológicos a serem infetados nos primeiros oito meses de 2019), ocupa o primeiro lugar no pódio, a Índia e o Brasil ocupam o 2º e 3º lugar sendo então considerados os países mais afetados por esta ameaça. Mas o número de vítimas também está a aumentar em Portugal (com 93 pessoas vítimas desta ameaça.)

Em Portugal, já várias pessoas contactaram a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) com receios de estarem a ser espiadas através do telemóvel ou de outros dispositivos eletrónicos. 

A equipa da APAV lembra que além de crimes de espionagem os agressores também estão a cometer crimes informáticos. Além de contactar as autoridades – nomeadamente a unidade de Cibercrime da Polícia Judiciária – as vítimas devem tentar encontrar um segundo telemóvel limpo para que a conversa não seja interceptada.